sábado, 3 de setembro de 2011

Alice in HD-land



Enfim...
Foi encantador, mágico e durou muito pouco a minha Alice na terra da high definition, terras de uma tela de tantas polegadas, que perdi as contas...
Every little thing she does is magic...
traduzindo...
Embora não fosse de contos de fadas a minha Alice, era como se fosse... em mim, ela lançou um encanto tremendo chamado personagem. E eu aprendi do que um personagem era feito e como fazer, com ela – mesmo tendo vivido meu um ano intenso entre 1999-2000 de teatro amador.
Nunca, nem nesse um ano, nem no ano da minha última apresentação em 2006, nunca eu vivi, o que vivi com essa personagem... E nunca pude me assistir assim de camarote – foi uma loucuuuura...
Eu não me vi ali – e não venham me dizer que é assim que o negócio funciona, senão.... enfim... continuando – não me reconheci... mesmo nos momentos em que eu jurava que ia me quebrar, eu não me quebrei – aqueles momentos sem ter texto pra dar, que a Alice se perdia de mim, mas lembram que eu me encontrava com ela pelo olhar?
Isso foi o que me salvou, ela foi quem me salvou. Eu sabia direitinho como fazer ela voltar pra mim... 
AHAAAAAAAAA... e meu remix de vozes? Pra quem não estava lá, não gravou, nem nunca ganhou uma exclusiva da Alice – pessoalmente falando... é... porque eu cedi ela, além dos domínios da aula, Jeam... incluindo o meu Edélcio fajuto... pronto, confessei – vou explicar como funcionou: existiam partes do texto em que a Alice nesse encontro que ela teve com o amor da vida dela aos 16 anos de idade – profundidaaaade, sabem bem como é... quando se tem 16 anos... – ela parava e contava como ele falava com ela.... então... enquanto todas as meninas, falavam no seu próprio tom de voz, a Alice saía de cena e o Felipe entrava – sentiram, como foi bom pra mim? 2 personagens em 1..... sem malícias, gracias....
Enfim.... depois ele saía e ela voltava, e, isso, no texto, se repetia ainda mais uma vez. Esse momento, por algum acaso, me veio a calhar  se não me engano  no meu primeiro trecho de gravação – justo aquele que quase me matou do coração. E esses primeiros momentos de Alice me mataram – e mataram muita gente que eu sei – de rir. Eu ri desde o momento que ela apareceu de relance até o fim...
Mas antes do fim, uma revelação: minha dupla inusitada e incrivelmente bem bolada ao acaso com a Taís. A personagem dela era o o oposto-inverso da minha Alice, enquanto ela era ligada no 220V – se bobiar, 500V – a minha Alice era devagar, quase parando... e quando elas davam as mãos, eu... não... a Alice pegava no tranco. Foi surreal... quem quer que visse  desconhecendo  ia pensar que a dupla dinâmica estava no script. E ela nasceu do improviso – saudável – da Alice, que, enquanto esperava pra gravar seu depoimento – Jeam disse isso à ela – viu a personagem da Taís e achou ela linda, chamou ela de linda e disse que queria ficar linda que nem ela.... – ok, essa foi uma das táticas dela pra puxar conversa com praticamente todas as meninas, mas só nessa, alguma delas deu atenção de verdade...
Nós duas nos completamos em cena – essa conclusão não foi só nossa, né Jeam Pierre – de uma tal forma que só fazíamos graça juntas – aqui, créditos totais à ele – e isso foi inédito pra mim – eu nunca vivi  pra me completar em outra pessoa em cena... e, muitos menos, com isso registrado pra assistir depois...
Também nunca tinha vivido pra ver outros abomináveis em cena, além dos que são da mesma selva que eu – da minha irmandade. Foi interessante... – queriam mais? Lamento, queridos, mas eu tenho uma audiência pra segurar...

Entra o locutor...
Aguardem as cenas do próximo capítulo....
Interrompendo a locução...

Ahhhhhhhhhhhhh.... não poderia me despedir, sem falar dessa cena: foi no segundo tempo de gravação e o Jeam gravava a gente de tudo quanto era ângulo, daquele jeito – consegui ouvi funk, quando escrevi... que loucuuuuura – enfim, Jeam-cinegrafista-Advogado do Diabo de ser... numa hora, ele tava filmando a Alice de canto – ela tava no canto da cena – e ele foi se movimentando, filmando e a Alice, tava se inclinando toda pra ver quem tava falando na cena e com o movimentar da câmera, a cabecinha dela foi se exibindo em slowmotion mode queda livre... Realiza, a pessoa se inclinando, a cabecinha dessa pessoa, ali no meio da linha do lado da tela, de repente, vai se insinuando e caindo... e caindo se insinuando? Essa foi a cena que eu menos esperava e uma das que mais me marcou... durou tudo muito pouco.... como tudo, naquela noite... mas já me disseram um dia – quando resmunguei que tudo que era bom, durava pouco – que dura o tempo necessário pra se tornar inesquecível. E foi inesquecível...

Volta a locução...
Agora podem aguardar as cenas dos próximos capítulos....

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Making of do Making of

Making of do Making of
Eu queria falar, dizer tudo que sentia, vivia, guardar de algum jeito cada pequeno detalhe, que me transformava em uma mulher, uma Atriz. Assim, eu criei esse espaço... tão meu.... seu.... nosso.... Aqui, eu tenho a minha coxia em forma de livro... um livro aberto de minha autoria — Renata Cavalcante, 28 anos, carioca da gema, prazer.... — narrando os bastidores da minha memória viva desde a preparação de Jeam Pierre até me tornar atriz da Cia. Grito de Teatro de Santa Catarina, numa evolução que vai do querer ser profissional a ser oficialmente reconhecida como tal — o antes e o depois do DRT, aqui pra você!

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