quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Partindo pros finalmente...


Assistam ...de um lado ele, imenso e veterano de temporadas-luz – eles, mais de um: os nossos....
Do outro, ela, linda, loira e terrível, nada mais, nada menos que uma caloura da temporada atual – nós, os abomináveis de hoje, do amanhã... menos né? ... hummm... me auto-contrariando: eu e minha turma.
Em uma noite de duelo e espetáculo, com ares e poeira de faroeste.... – se perdeu, bebê? Segue aqui a tia.... em mais um, do meu, do seu, do nosso....
MINIFLASHBACK!!!!!
TAAAAAAN –TAAAAN-TAAAAAAAAAAN....
A luta do século, o grande duelo surgiu do nosso convidado especial.... – eu disse que ia ter, não disse? Só não sabia que ele viria ao avesso e o oposto do esperado.
E como se isso, não bastasse, ele veio em série, de bando: eram os veteranos abomináveis, abomináveis veteranos – ainda estou tentando decidir....
E falando em decidir, pra começar a dar o rumo desse faroeste em forma de confissão, serve de começo, pra começar, que veio deles – os alunos que se formam esse final de ano em sabedoria Pierre para Interpretação – a decisão de vir assistir à uma das nossas aulas – dividir, fazer com a gente, pra ser mais exata – tudo idéia, caraminhola, lançada por ele, o grande W... Marcão – ahhhha achou que era mais uma piadinha de gordo né? TE PEGUEI!!!
Acabou, acabando, que todos que se juntaram à ele e arregaçaram as manguinhas da camisa da JP Talentos – ok, eu sei que não dá pra arregaçar, porque não tem manga suficiente, mas me dá a licença poética de dramatizar? Brigada, afinal isso aqui é, ou, não é um blog de atriz, neim? – foram postos, a postos, para contracenar conosco.
A princípio, em uma fila, e, nós ganhamos a preferência, pra se candidatar a fazer o sacrifício, e de escolher com quem duelar uma contracena.... digo contracenar um duelo.... NÃOOO... contracenar.. fazer cena – ai, ufa! 
Nada mais justo, já que o dia era nosso, o pedaço também – ai juro que me senti bandida e mafiosa falando assim – e acabava aí.... A partir do momento em que se fechava o cerco e eram definidos os nomes, vinha a intervenção – com cara e corpo de direção – do nosso Advogado do Diabo, disfarçado de preparador, com pretensões de explorar todos os nossos tendões de Aquiles....
E quando eu digo tendões de Aquiles – pontos cruciais e fatais, que se atingidos, podem quebrar as pernas de um – , eu digo de cadeira, porque fui testemunha dali em diante de lutas-cenas de todos os naipes, indo desde rinha de galo à briga de pitbull, passando por uma zebra que deu, que me arrepiou a alma – atriz falando...
E falando assim, até parece jogo do bicho, de azar né.... mas deu uma sorte... me deu uma sorte.... – pensaram que eu fugi da raia, né? Nem morta.
Enquanto eu assisti, tinha quem – vulgo Cris de Moura, Cris Moura – ficasse me cutucando e cutucando, num cutuque estimulante até... porque ele queria que eu fosse pra arena, lutar, encenar, contracenar... e eu... prolongava a agonia e a ansiedade do meu amigo, só estudando o terreno, analisando o território, sabem como é...
No fim, eu escolhi fazer da minha entrada, triunfal, na hora exata para escolher como meu ‘adversário’-parceiro de cena, aquele com quem eu sempre quis contracenar, desde que a brincadeira começou: o Meeedooooo – simplesmente Lucas Machado, os créditos, seus créditos.
Eu fiz da vez, a minha, me colocando prontamente a postos ao lado do Jeam e escolhendo sem titubear o Lucas e então.... era aguardar... aguardar.... e aguardar mais um pouquinho.... até que finalmente, o Advogado do Diabo terminou de dirigir meu ‘rival’. Foi dada a congada – juro que também pensei a largada, mas nem encaixava aqui... então, vejam a figurante de figurino (estilo pano de bunda) a passar com a plaquinha de primeiro round.... aí sim, cabe no imaginário de vocês e no meu, no nosso contexto... – e enfim, a minha cena começou, óbvia que precedida do ritual do cumprimento mais tradicional da espécie abominável – o abraço – , assim, quebra-se o gelo – entre dois desconhecidos que vão contracenar – antes de se ousar tentar quebrar as pernas; Acabadas as tradições, cena, enfim, e surpresa, surpresa: o meu calcanhar de Aquiles não era mais meu, agora era do meu ‘adversário-parceiro e rival’, ele era meu reflexo e eu era sua maior vilã – ainda mantendo a mesma personagem de antes, time que ganha... não... eu estava sendo coerente e fazendo de verdade meu sonho de consumo em forma de personagem.
A estratégia de me colocar diante do meu reflexo, demonstrando todos os meus piores traços – toda a minha insegurança e meu medo perfeccionistas que me fazem me atacar e sofrer de perseguição de mim mesma... ufa – que me impediam de brilhar e me tornavam um zumbi desgarrado e que fugiu de Thriller, com a única e exclusiva intenção de minar as minhas forças, foi muito inteligente – realmente –, mas não chegou ao fracasso – já que esse nunca foi o seu intento pois foi meu combustível para ser mais quem eu mais quis ser: a má de toda aquela história, daquela cena.... 
E eu consegui em alto e bom som.... e foi um prazerrrrr.... imenso e todo meu.... – mentira, funciona assim: prazer meu + prazer que vem de quem contracena comigo + prazer de cada um que assiste = grande prazer de atuar e encenar.
A brincadeira é séria, eu sempre disse isso, não disse? E é.... mais do que pensam.... vive-se uma vida inteira assim, de viver mais de uma vez em cada cena e de se sentir uma vida inteira dentro de um espaço de tempo que se chama.... cena.
Quem venceu?...Quem perdeu?.... Ninguém. Nessa noite, nesse faroeste de elenco, de gerações com um único propósito, se veio pra ganhar e se saiu vencendo. Venceram todos, sem exceção, porque deram a cara a tapa, as pernas a quebrar e no fim, se abraçaram na merda! – pra bom entendedor, a meia piada já basta né?

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Making of do Making of

Making of do Making of
Eu queria falar, dizer tudo que sentia, vivia, guardar de algum jeito cada pequeno detalhe, que me transformava em uma mulher, uma Atriz. Assim, eu criei esse espaço... tão meu.... seu.... nosso.... Aqui, eu tenho a minha coxia em forma de livro... um livro aberto de minha autoria — Renata Cavalcante, 28 anos, carioca da gema, prazer.... — narrando os bastidores da minha memória viva desde a preparação de Jeam Pierre até me tornar atriz da Cia. Grito de Teatro de Santa Catarina, numa evolução que vai do querer ser profissional a ser oficialmente reconhecida como tal — o antes e o depois do DRT, aqui pra você!

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