sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Deja vu... e dos grandes....


E foi além da dor que senti quando faltei, daquela que senti quando a enchente que me fez ficar em silêncio por uma semana... e foi aquém de tudo que eu poderia imaginar...
Não morri, não literalmente, mas sem perdão, vou abusar da licença poética e dizer que morri aos poucos há três quintas atrás, exatamente onde parei....
Na primeira noite do grande close, da primeira gravação com o maior drama de todos...
Eu revivi um dos momentos, que do curso inteiro, eu preferia ter esquecido que vivi algum dia – mas me fizeram questão de lembrar.... Eu revivi tudo de novo, desde o momento que pisei naquela sala, com o coração querendo arrebentar o peito, sangrar e sair vibrando no chão frio – nem estava no clima do texto.... profuuuuunda... passa....
Meu peito estava disparado diante daquele tripé com a câmera a postos e a TV imensa, com as cadeiras de frente, garantindo a platéia, junto com o fato de eu ter eu corrido feito uma condenada – já que estava atrasada... pra variar... e talvez não quebrar meu encanto... vai, pode rir que eu deixo....
Agora, voltando... essa foi uma noite que eu preferia esquecer e que por um triz não manti em silencio só pra mim... as palavras se viraram contra mim e pareciam não existir pra fazer um sentido, que desse a dimensão do que tinha sido e tinha sentido... ou talvez, eu não quisesse fazê-las existir...
No fim – hoje – eu entendo que a inspiração que me deram não foi de escrever, foi de refletir.... refletir... e eu refleti....
Muitos... bastantes foram meus equívocos, meus erros.. lá estava eu, no meu primeiro vídeo de novo – praticamente morrendo por dentro e por fora – sem saber.
Inicialmente eram duplas, tentando se testar.... descobrir no outro, o reflexo das suas intenções... Depois, eram duplas completamente aleatórias, formadas por ele, que vocês sabem bem quem... – se não souber, acabou de chegar agora, estou falando do meu mestre e preparador Jeam Pierre, que eu ainda prefiro chamar... cá entre nós.... de Advogado do Diabo...
E dessas duplas, escolhidas por ele, um só membro ficava exposto à câmera, o outro recebia o texto... foi uma aula extremamente técnica, carregada de conteúdo, sobre posicionamentos e olhares.... era divertido de assistir e observar a teoria e a prática se completando e existindo... mas deixou de ser, a partir do momento em que eu fui convocada à berlinda...
Deja vu.. deja vu... 1000 VEZES DEJA VU: eu de novo me perdi... estava fora de mim.... e não era ninguém... escutei um CORTAAAAAAA estridente, praticamente de cara, me deu um choque... e depois... me perdi de uma vez por todas... e a culpa não era da voz baixa, rouca, intensa demais a ponto de me fazer perder o ar... eu simplesmente passei do ponto... passei longe, milhas além... e não cheguei a lugar nenhum...
Aí, eu, de repente, cheguei aonde não imaginava... um filmeBlack Swan (Cisne Negro) com Natalie Portman e eu recomendo – me ajudou a ver tudo com toda a luz e a escuridão que eu precisava, pra refletir...
Aquele filme perturbador – e que não me saiu da cabeça por dias e que só de escrever, já me faz lembrar – me fez ver e analisar toda a loucura que eu vivi nessa noite... e a analisar, me analisar, eu cheguei à conclusão de que de nada me adianta tentar perseguir o belo cisne se o negro dos diabos, é que me dá a força necessária, para realmente ir além...
A minha força eu reencontrei no fundo... no fundo... no meu próprio filme. Ele passou na minha cabeça, em cenas e porquês.... no porquê de eu ter ido fazer um teste com o Jeam, no porquê que estava em todos os pequenos – grandes – momentos que narrei aqui, dentro e fora das quintas da minha vida.... e um dos traços mais marcantes da minha personalidade se fez presente e latente – senão também latente e decisivo – a minha teimosia.... não dei o braço a torcer antes e não ia dar agora... não inventei ser Atriz, eu sou desde meus 10 anos de idade, estando dentro ou fora do palco – porque eu carrego ele comigo pra onde quer que eu vá...
Mesmo que eu largasse disso e desistisse, ainda sim, seria uma parte de mim....

Making of do Making of

Making of do Making of
Eu queria falar, dizer tudo que sentia, vivia, guardar de algum jeito cada pequeno detalhe, que me transformava em uma mulher, uma Atriz. Assim, eu criei esse espaço... tão meu.... seu.... nosso.... Aqui, eu tenho a minha coxia em forma de livro... um livro aberto de minha autoria — Renata Cavalcante, 28 anos, carioca da gema, prazer.... — narrando os bastidores da minha memória viva desde a preparação de Jeam Pierre até me tornar atriz da Cia. Grito de Teatro de Santa Catarina, numa evolução que vai do querer ser profissional a ser oficialmente reconhecida como tal — o antes e o depois do DRT, aqui pra você!

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