E é com o eco das minhas próprias palavras que eu vou
começar a recapitular.... – hoje vai ser um pouquinho diferente de
sempre.... – fazer uma retrospectiva aqui e agora. E eu sei bem que do ponto em que paramos, acabaram-se os encontros e ensinamentos com
o Jeam, portanto, o mais natural seria passar para a transição dos módulos da TV e do
Cinema para o do Teatro, não seria? – seria.... mas aqui não.....
Aqui, o tempo me pertence e eu vou usar e abusar dele
pra voltar atrás – pela milionérrima vez.... eu seeeeei... a licença poética e os miniflashesback me permitem – reler tudo que passei nas mãos do Jeam Pierre – de mais importante.... marcante – e,
principalmente, a forma como ele me inspirou a transformar isso tudo nisso, nesse espaço que temos aqui, voltar a escrever – afinal foi
ele que me trouxe aqui... caso, você não saiba.... ele sabe.... – e enfim: traduzir
em palavras, momentos....
De cara, as partes em aspas lá de cima – que eu fiz questão dar o primeiro destaque da noite – são da época da primeira gravação – pra sentirem o drama... digo, o
processo.... – era um momento particular do começo de tudo, onde eu vivia os
baixos e altos – necessariamente nessa ordem – do meu primeiro gravaaaando pra valer com Jeam Pierre.... falta de preparo à
parte, insegurança, medo e todos os temores, no meio desse caos, eu me refugiei aqui, me encontrando em algumas palavras que acabam me
escapando.... de improviso... instinto...todas as razões que me trouxeram aqui e à vida de Jeam Pierre.. uma a uma, elas se revelaram e eu não poderia querer um início de narrativa melhor....
– nunca segui um roteiro de verdade...
mas
dessa vez, nessa noite eu vou arriscar....
Das aspas, tudo que as provocou existir e tudo que veio pela frente, foi um grande empurrão: a realidade nua e crua – que eu nunca experimentei –
da profissão.... a dureza, a crítica.... o retorno... e raros momentos que
valem por uma vida inteira.
Momentos esses que eu separei pra nós, dessa vez se repetirem – porque
o que é realmente bom a gente repete e ainda pede mais – os melhores de
todos os tempos em TV e Cinema com Jeam Pierre Kuhl.... tchurumtchurum.....
Confissões minhas – juro.... vai que tem algum leitor novo perdido? – escolhidas a dedo, mostrando como construí minha
carreira de abominável... indo desde a minha primeira segunda chance de um
segundo take, que me leva à tão ansiada primeira lágrima em cena, passando pela
Alice, minha primeira
construção de personagem digna de gente grande – meu maior orgulho – indo pela
louca que me fez enlouquecer junto com ela – praticamente me sacrificando para
não deixar de entrar em cena – e termina finalmente na Tonia, minha primeira
vilã com retorno imediato do Advogado do Diabo e comparsas –
brincadeirinhaaaaaaaaa.....
Enfim, passada a sinopse, aí vão as marcações, devidamente narradas:
Em primeeeeeeeiro lugaaaaaaar,
pesando lágrimas cênicas, ela: Me confessando, enfim, feliz....
Em seguuuuuuundo lugarrrrrr, pesando uma personalidaaade e
tanto, embarquem de novo no encanto de: Às mil maravilhas de Alice + Alice in HD-land
Em
terceirooo lugaaaaaar: Aqui me tens de regresso.... LOKALOKALOKA!!!!!
+ Sangue, suor e lágrimas... super ultra mega power Atriz ativaaaar!
Em quuaaaaarto lugar, vocês me tem SARCÁÁÁSSSSTICA e cruel
em: Thuruleft...thuruleft..... + ...E eu... me lixei, sem me lixar.
A releitura é mágica, isso eu garanto – e não devolvo seu
dinheiro de volta – porque nela você enxerga o quanto eu cresci.... que nem só
de amargura é feita a construção – concepção – de um artista: se trabalha duro
sim, mas uma hora – senão mais de uma, como eu acabei de recomendar a leitura –
chega num olhar, num gesto, numa palavra: a recompensa.... que pode não ser de
ninguém, mas sim de si... sem ser um Oscar... um Melhores do Ano....
um Quiquito.... – não que eu dispense nenhum deles....
Mas que quando parte de dentro pra fora, é mais especial... porque quando você faz algo que te toca e que ainda consegue tocar alguém, você vai
além.... e ir além, foi tudo que eu sempre quis e desejei desde o começo de
tudo.... – lá em cima ainda estão as aspas pra provar....
Sendo franca? Eu cheguei pra fazer o teste com o Jeam completamente
ignorante no que diz respeito.... a tudo: nunca tinha estado diante de uma camera –
gravado – antes e dali em diante, não parei mais de estreiar na vida – na arte...
enfim.... confunde – era no drama, na preparação, no fracasso, no sucesso....
principalmente na humanidade... com requintes de desumanidade....
Meses com o Jeam me fizeram definitivamente mais humana – e desumana
– mais intensa do que minha personalidade já me permitia, mais auto-crítica –
num duelo constante entre a razão e a emoção de ser e estar, perfeccionista ao
extremo – e resistente... e realista...
A carreira não permite fraqueza, exige de nós, ser fortaleza.
Devemos nos armar de emoções e defesas para sobrevivermos, não temos o direito
de fraquejar, a não ser que seja em cena. Jogo de cintura e postura são
essenciais, discernimento e timing, então, nem se fala. A maldade existe e vai se fazer presente, não se iluda: não é só de magia que esse mundo é feito, mas de gente grande, que é grande o suficiente pra te engolir, se não estiver preparado além do que
qualquer mortal.
... Aqui entre nós: eu envelheci uns dez anos nas mãos do Jeam –
e o agradeço por isso – e estou mais consciente, e principalmente ciente do que
é preciso – e do que eu preciso – para chegar aonde quero.... – e aonde quero
vai longe do que olhos podem alcançar e dinheiro pode conquistar...
Me permitir à oportunidade e à sorte de viver mais de uma
vez nessa vida e aproveitar que vivi o bastante, pra saber viver de uma vez,
como Renata...
Várias vidas numa só... além de mim.... sabendo fazer o retorno,
o caminho de volta sem me perder.... e esse é o maior aprendizado aliado ao meu
sonho, que eu posso carregar pra nunca me esquecer daquele que será para sempre
inesquecível – GPS que me guiou nos primeiros passos – Jeam Pierre Kuhl.
No fim, é isso.... tudo isso que tinha pra hoje: reconhecer e dar os devidos créditos à quem os são devidos... e partir, enfim, pra abertura das cortinas.... pra Luz....